Por Bruno Senna
Antes de começarmos, vamos a uma aulinha de história. A origem da fotografia remete ao grande Leonardo da Vinci, que usava uma câmara escura pra esboçar retratos. Isso quando não estava escondendo um código secreto dos templários em suas obras. Oficialmente, a primeira fotografia permanente foi tirada em 1826, pelo físico francês Joseph Nicéphore Niépce, da janela de seu quarto. A exposição demorou nada menos que oito horas.
Em 1814, Niépce já havia conseguido registrar uma foto, porém, a imagem se apagou depois de um tempo. O processo químico demorou a evoluir e, só em 1885, George Eastman desenvolveu o papel fotográfico. Em 1888 as câmeras chegaram às lojas, eram as Kodak, também conhecidas como câmeras caixão, pelo formato preto e simplicidade de funções. Mas o advento só chegou para as massas em 1900, com a invenção da Brownie, que não é o bolinho de chocolate, mas uma câmera compacta que foi um sucesso até a década de 1960.
A revolução no mundo fotográfico começou em 1925, com a Leica I, a primeira câmera 35mm. O formato de alta qualidade e sua portabilidade inspiraram toda uma geração de lendas, como Henri Cartier-Bresson, Robert Capa e Robert Doisneau. Em 1845, o mundo viu a primeira câmera que revelava fotos instantaneamente, a Polaroid Model 95.
Mas chega de tanta velharia. Cadê o digital? A primeira delas, comercializada para o público, veio em 1990. Era a Dycam Model 1, que gravava as fotos num cartão de memória interno de 16MB. A primeira máquina digital profissional foi a Kodak DSC-100, de 1.3 Megapixels, e custava a bagatela de US$ 13 mil. A tecnologia evoluiu tanto que, hoje, tal resolução consegue ficar abaixo de muitos celulares e webcams.
Mas por que as fotos nos fascinam tanto? O impacto da imagem, aquela fração de segundo congelada no tempo, aquele momento decisivo em que o fotógrafo opta por apertar o disparador e registrar, sob o seu olhar, o mundo. Com o advento do digital, a fotografia se tornou um passatempo universal sempre presente no nosso cotidiano e, a cada clique, consegue ficar ainda mais viciante e apaixonante.
Será que a fotografia vai chegar ao fim com a evolução da filmadora e dos meios de comunicação? A escritora Susan Sontag, famosa ativista norte-americana, afirma que “fotos podem ser mais memoráveis do que imagens em movimento porque são uma nítida fatia do tempo, e não um fluxo.” Tais fatias são, para quem fotografa obras, criações de seu próprio universo. A percepção ou manifestação da criatividade. E é por isso que continuamos sempre buscando, registrando, e também nos remoendo por aquelas fotos que perdemos, já que, como o tempo, os instantes nunca voltam.
* Bruno Senna é fotógrafo da Ragga e está na profissão desde 2006. Quem quiser saber mais sobre fotografia, pode acessar o blog dele: brunosennaphotos.blogspot.com