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quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Os mitos da Fotografia Digital


Esses dias ne deparei com uma página que reverenciava a fotografia digital de tal forma que fiquei indignada. Não por ser mentira – a fotografia digital é simplesmente a mais interessante de se usar na maioria das situações hoje principalmente pela rapidez, motivo pelo qual também usamos email ao invés de carta e aviões ao invés de carroças – mas por ser exagerado e inverossímil. Então vamos destrinchar isso:

É mais barato porque não tem custo de filme – fotografe o quanto quiser, pois é grátis!

Essa ideia, acredito eu, é a mais errada de todas. Vamos às verdades: o fato de não vermos o custo direto de revelação de cada foto assim como existia no filme faz a gente pensar automaticamente que é mais barato. Mas não, não é necessariamente mais barato.
Computador e acessórios: o nosso darkroom atual, o computador, precisa estar em forma para aguentar a qualidade e quantidade de fotos que as câmeras digitais oferecem. O profissional (e até mesmo o forista) precisa investir o tempo todo em equipamento de qualidade e robusto. Hd’s externos, CDs, DVDs, computadores com bom processamento… e o pior é que a cada ano você precisa de mais espaço e mais processamento, então o investimento não para nunca.
maiscaro-computador
Aplicativos: assim como na fotografia analógica fazer edições (como airbrushing e outros) não era a coisa mais barata do mundo hoje os programas de edição de qualidade como Photoshop e Lightroom custam uma fortuna também. Acredito que nesse quesito a pós produção digital já fica até mais cara do que a analógica, afinal também temos que atualizar nossos programas a cada um ano ou dois.
maiscaro-aplicativos
Internet: todo fotógrafo hoje deve ter uma conexão com a internet – aqui no Brasil isso é um rombo nas despesas mensais – site, hospedagem, domínio, flickr… tudo isso era resolvido antes com um número de telefone, um belo portfólio impresso e boa vontade de bater perna e fazer contatos.
Equipamentos fotográficos: a pouco tempo o volume de novas tecnologias e câmeras vem crescendo a ponto de saturação. Todo ano existe uma nova super-mega-camera-fodástica. E todo ano os profissionais têm que se atualizar. Eu sou contra o exageronessa parte, o legal é investir em ótimas lentes que irão servir em todas as suas próximas câmeras. Mas pela menor vida útil do equipamento digital e pelas necessidades do mercado mais cedo ou mais tarde você precisa se atualizar. Não dá mais para usar uma ou duas câmeras por toda uma carreira.
O investimento da fotografia Digital é, a longo prazo, tão alto quanto o da fotografia analógica.

Você pode “arrumar” as fotos depois no computador

Sem comentários. Aliás, tenho alguns comentários sim: primeiro que dá para “arrumar” fotos fotografadas em filme também. Mas mais importante que isso: alguém que faz uma foto contando com a possibilidade de “arrumá-la” depois não merece fotografar.Fotografar é fazer a melhor foto possível no momento, usando a pós-produção somente para ajustes extremamente necessários que não puderam ser feitos com o enquadramento correto na hora de tirar a foto, maquiagem ou iluminação (e acredite: esses três itens fazem milagres e fazem economizar horas na frente do computador). Como sempre esse comentário não se aplica às fotos artísticas, quando se trata de arte quem define os limites é o próprio artista.

Apenas “revelar”/imprimir as fotos que você quiser

Na realidade isso é uma desvantagem. Por poder ver a fotos em uma tela as pessoas desacostumaram com a beleza de uma foto no papel. Já falei sobre o vício de “fotos em CD” aqui e insisto: álbuns e impressões são parte da fotografia. Uma foto enquadrada sempre será mais bonita e agradável do que uma página no Flickr. Claro que uma coisa não exclui totalmente a outra, mas cada uma tem sua importância e elas podem coexistir ;)

Praticar o quanto quiser!

Nessa parte eu concordo parcialmente. O “praticar” não exclui os custos citados acima, mas ao mesmo tempo a fase de aprendizado é bem mais aproveitada com uma câmera digital mostrando o resultado na hora. O estudante faz a foto, já pode ver como ficou, analisar o Histograma e ver na hora o resultado das configurações usadas. Ele também pode analisar, depois, todas as informações EXIF da foto sabendo exatamente a diferença entre uma e outra – economizando o famoso caderninho em que os estudantes anotavam cada foto e as configurações utilizadas, só podendo ver o resultado beeem depois, sem o “embalo” do momento.
Quem quiser saber mais sobre Digital vs Filme escuta este episódio do Fotocast, que o amigo Luc fala tudo e mais um pouco sobre isso =)


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